Assim como abrir uma caixa cheia de lápis novos, descobrir 25 pontos de crochê desperta curiosidade e, ao mesmo tempo, gera dúvidas sobre onde e como usá-los. Em vez de memorizar nomes ou gráficos, a proposta é entender grupos de texturas e combinações para transformar qualquer projeto — de blusas a tapetes — em algo único e bem-acabado.
Por que a contagem muda de acordo com o ponto
Cada combinação de pontos altera a base e as laterais da carreira. Quando a contagem não é revisada, a peça pode afinar, alargar ou entortar sem que você perceba. O truque é simples:
- Marque sempre o primeiro e o último ponto de cada carreira com um fio de cor diferente ou marcador.
- No fim da carreira, confira se o número de pontos bate com a carreira anterior.
- Em modelos mais complexos, anote em um caderno quantos pontos devem existir em cada seção.
Técnica para pontos baixos impecáveis
Manter a tensão constante é essencial, especialmente em pontos baixos que pedem uniformidade. A dica é praticar em um pequeno retângulo, ajustando a pressão dos dedos até encontrar a firmeza ideal. Essa base sólida evita que as carreiras subsequentes fiquem frouxas ou apertadas.
Amostras: o laboratório de combinações
Quando você mistura fios de espessuras diferentes ou alterna pontos fechados, rendados e em relevo, a tensão tende a oscilar. Para evitar surpresas:
- Crie um quadrado de 10 cm para cada combinação fio + ponto.
- Conte quantos pontos e carreiras cabem nesses 10 cm.
- Se o ponto ficar mais apertado, suba meio número de agulha apenas naquela parte.
- Anote esses resultados e monte uma “biblioteca” de amostras para referência futura.
Aplicações criativas sem complicar o projeto
Saber 25 pontos não significa usar todos de uma vez. O segredo é valorizar detalhes certos:
- Blusas: coloque um ponto elaborado na barra, no decote ou nas mangas e mantenha o corpo em ponto simples.
- Tapetes e mantas: use um painel central em ponto fantasia e finalize com faixas de ponto básico.
- Projetos rápidos: teste novos pontos em faixas, necessaires, capas de almofada ou sousplats antes de encarar peças grandes.
- Decoração: aplique um ponto rendado apenas na barra de um vestido ou transforme texturas em flores que enfeitam roupas e bolsas.
Grupos de pontos para organizar seu aprendizado
Para não se perder na nomenclatura, agrupe os 25 pontos de crochê em categorias lógicas:
- Pontos básicos – a base para qualquer criação.
- Pontos de textura – ideais para detalhes em relevo.
- Pontos rendados – dão leveza e transparência.
- Pontos fantasia – atraem olhares com desenhos marcantes.
- Pontos de acabamento – finalizam barras, decotes e bordas.
Com esses blocos, fica mais fácil decidir qual família de pontos combina melhor com cada etapa do projeto.
Controle de tensão: o passo essencial para harmonia
A tensão muda mesmo quando você troca de ponto dentro da mesma peça. Para manter a harmonia:
- Observe se o ponto fechado “puxa” mais o tecido que o ponto rendado.
- Adeque a agulha ou afrouxe a mão somente na seção que exigir.
- Compare constantemente a largura do trabalho com a amostra inicial.
Da teoria à prática: criando peças com personalidade
Com a contagem controlada, tensão equilibrada e biblioteca de amostras pronta, usar 25 pontos de crochê vira uma ferramenta poderosa de criação. O resultado são tapetes, mantas, roupas e acessórios que carregam sua assinatura — sem depender apenas de receitas copiado

Escrito por Neide Souza
Fonte: Katia Ribeiro
Imagem: Davy anuel

