A chegada da primavera costuma trazer dias mais longos, temperaturas amenas e… uma surpresa nada agradável: mais fios no travesseiro, no ralo do chuveiro e na escova. O fenômeno é tão comum que tem nome – eflúvio telógeno sazonal – e, embora seja temporário, exige atenção para que não evolua para problemas maiores.
Por que o cabelo cai mais na primavera?
O ciclo de crescimento capilar passa por três fases: anágena (crescimento), catágena (transição) e telógena (queda). Na primavera, a combinação de aumento de luminosidade e variação de temperatura pode desregular esse ciclo, empurrando mais fios para a fase telógena. O resultado é um volume maior de queda em um curto período.
- Duração típica: de 3 a 4 meses.
- Recuperação: os fios costumam se renovar naturalmente após o fim do ciclo, desde que não haja outras causas associadas.
Quando a queda deixa de ser normal?
Nem toda queda sazonal é inofensiva. Alguns sinais indicam que algo mais sério pode estar acontecendo, como alopecia androgenética ou outras formas de perda capilar.
- Fios visivelmente mais finos.
- Couro cabeludo aparecendo em áreas antes cobertas.
- Redução perceptível de volume, especialmente no topo da cabeça ou nas entradas.
Se esses sinais persistirem além de algumas semanas, a orientação é marcar consulta com um dermatologista e solicitar avaliação detalhada. Diagnóstico precoce é decisivo para preservar a saúde do folículo e evitar danos permanentes.
Rotina de cuidados indispensável nesta estação
Manter uma rotina direcionada pode minimizar o impacto do eflúvio telógeno sazonal e fortalecer a fibra capilar.
- Hidratação regular: máscaras ricas em agentes emolientes devolvem água e elasticidade, reduzindo a quebra.
- Proteção solar: chapéus, lenços e sprays com filtro UV defendem tanto couro cabeludo quanto fios dos raios solares, que oxidam queratina e desbotam cor.
- Alimentação equilibrada: vitaminas A, C, E, biotina, ferro e zinco são cruciais para o crescimento saudável. Se houver carências, o especialista pode indicar suplementos.
Ajustes conforme o tipo de cabelo
Cada textura reage de forma diferente às oscilações de temperatura e umidade. Adequar produtos e técnicas faz toda a diferença.
- Cabelos crespos e ressecados: pedem hidratação profunda, finalização com óleos vegetais e desembaraço ainda molhado para evitar tração excessiva.
- Cabelos oleosos e lisos: devem receber máscara apenas no comprimento, mantendo a raiz livre de excesso de produtos. Pentear quando os fios estiverem quase secos ajuda a reduzir a quebra.
- Cabelos quimicamente tratados: necessitam de protetores térmicos antes de secador ou prancha para prevenir pontas duplas e desgaste da cutícula.
Erros frequentes que aceleram a queda
Mesmo quem segue uma rotina capilar pode cometer deslizes que fragilizam ainda mais os fios.
- Exposição direta ao sol e vento sem proteção: resseca, quebra e queima o couro cabeludo.
- Lavar com água muito quente: abre as cutículas, remove lipídeos naturais e estimula glândulas sebáceas.
- Prender os fios molhados: aumenta a tração e gera microfraturas no comprimento.
Medidas práticas para fortalecer os fios
- Inclua proteínas magras e vegetais verde-escuros na dieta diária.
- Beba água suficiente para garantir hidratação de dentro para fora.
- Evite químicas seguidas sem intervalo de recuperação.
- Faça massagens suaves no couro cabeludo para estimular a circulação local.
Quando buscar ajuda profissional?
Persistência da queda além de quatro meses, presença de áreas sem cabelo ou coceira intensa são motivos para procurar um dermatologista. O profissional poderá solicitar exames laboratoriais, indicar terapias tópicas ou orais e acompanhar a evolução do folículo.
Manter um olhar atento aos sinais do corpo, adotar cuidados diários e agir rapidamente diante de qualquer mudança anormal são as chaves para atravessar a primavera com fios fortes e saudáveis.
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