Eu acompanho os movimentos da moda autoral brasileira bem de perto e fiquei impressionada com a energia que tomou conta do Centro Cultural São Paulo na última semana. A 57ª edição da Casa de Criadores mostrou, mais uma vez, por que segue como vitrine essencial para estilistas independentes.
Maratona de oito dias no CCSP
Entre 3 e 10 de dezembro, diferentes salas e galerias do CCSP receberam uma programação ininterrupta que misturou desfiles, exposições e talks. Apenas o dia 8 ficou sem atividades, mas isso não diminuiu o ritmo:
- 57 participantes de várias regiões do país
- 42 marcas levaram suas coleções para a passarela
- 15 criadores apresentaram trabalhos em formato expositivo
Estreia que chamou atenção
Trama Afetiva fez sua primeira apresentação na Casa de Criadores e destacou processos artesanais em peças que cruzam design e memória. O desfile estreante foi apontado como um dos momentos mais comentados da edição.
O retorno de Fábia Bercsek
Doze meses após voltar ao circuito, Fábia Bercsek pisou novamente na passarela do evento. Seu segundo desfile desde o retorno reforçou a assinatura experimental que marcou sua trajetória nos anos 2000.
Nomes já consolidados
Veteranos da cena independente também marcaram presença:
- Rober Dognani combinou teatralidade e alfaiataria irreverente.
- Felipe Fanaia apresentou construções que brincam com proporções.
- Vivao Project manteve foco em moda sem gênero.
- Nalimo trouxe referências afro-brasileiras com acabamento sofisticado.
Por que a edição 57 importa
A combinação de novos talentos e marcas experientes reforça o papel da Casa de Criadores como ponte entre criação autoral e mercado. A ocupação de diferentes espaços do CCSP amplia o diálogo com o público e fortalece a moda feita no Brasil fora dos grandes conglomerados.

Escrito por Neide Souza

