Eu vejo cada vez mais leitores reclamando da bagunça visual em casa e, ao mergulhar nesse tema, descobri soluções simples que tiram o peso dos ambientes sem abrir mão de personalidade. Seguem as dicas práticas que estão ganhando força entre quem quer viver com leveza.
Primeiro passo: reduzir, não esconder
Toda mudança começa pelo desapego. Antes de trocar móveis ou pintar paredes, é preciso eliminar o excesso.
- Escolha um ponto pequeno – gaveta, nicho ou prateleira.
- Monte três pilhas: ficar, doar/vender e descartar.
- Questione-se: “Uso isso de verdade?” e “Combina com a casa que quero ter?”.
- Retire imediatamente o que será doado ou jogado fora.
Repita o processo por categorias em sessões curtas para evitar sobrecarga. Aos poucos, o visual começa a respirar.
Paleta neutra com toques de cor
Minimalismo não significa monotonia. A base costuma ser clara – branco, off-white, cinza, bege ou areia – porque amplia a área e acalma o olhar. Sobre ela, entra um ponto de cor que circula por toda a casa.
- Defina 1 ou 2 tons neutros para paredes e grandes móveis.
- Escolha uma cor suave de destaque (verde, azul ou terracota, por exemplo).
- Repita essa tonalidade em detalhes: almofadas, mantas, quadros, vasos.
- Troque estampas chamativas por texturas discretas.
Sala: espaço livre é prioridade
A ideia é focar no essencial:
- Sofá, mesa de centro ou lateral e móvel de apoio bastam.
- Deixe a circulação ampla e use poucos adornos.
- Manta neutra, duas almofadas e um vaso com planta já criam aconchego.
Quarto: descanso sem distrações
Cama, mesas de cabeceira e armário organizado formam o núcleo. Sobre os criados-mudos, menos é mais. Iluminação suave, roupa de cama bonita e no máximo duas peças decorativas mantêm o ambiente sereno.
Cozinha: bancadas livres facilitam tudo
A regra é guardar eletroportáteis de uso esporádico e deixar à mostra apenas itens úteis e esteticamente agradáveis, como potes organizados ou tábuas de madeira. Menos objetos sobre a pedra equivalem a menos tempo de limpeza.
Móveis: linhas retas e funções extras
Peças leves, com pés aparentes, ajudam na circulação e no visual.
- Prefira baús, bancos com compartimento interno e aparadores com gavetas.
- Evite conjuntos grandes; distribua os móveis para dar sensação de amplitude.
- Verifique se ninguém precisa desviar de obstáculos ao caminhar.
Decoração afetiva, porém enxuta
Fotos, lembranças de viagem e objetos queridos continuam, mas em grupos pequenos e bem organizados. O contraste entre superfícies vazias e pontos de interesse é parte da estética.
Rotina para não voltar ao caos
Minimalismo é manutenção constante.
- Reserve 10 a 15 minutos diários para guardar o que ficou fora do lugar.
- Adote o método “entrou, saiu”: item novo só se outro sair.
- Revise armários com frequência para evitar acúmulo silencioso.
- Compre menos, mas busque qualidade e intenção.
Seguindo esses passos, a casa ganha leveza, fica mais fácil de limpar e transmite calma – tudo sem perder história nem personalidade.

Escrito por Neide Souza

