Eu acompanho a cena do artesanato faz tempo e me impressionou ver quantas pessoas decidiram aprender crochê só nas últimas semanas. Se você também quer entrar nessa onda, dominar os pontos básicos é o primeiro passo para confeccionar de amigurumis a vestidos de noiva — e sem crise para desfazer ou corrigir um erro no meio do caminho.
Por onde começar
Toda peça surge de uma simples laçada. Como o crochê cresce ponto a ponto, é possível avançar no ritmo pessoal e refazer trechos sem perder o trabalho inteiro. O segredo é entender a estrutura de cada ponto. Por isso, este material inclui uma galeria com gráficos didáticos que mostram, visualmente, onde a agulha entra e sai.
Maior armadilha dos iniciantes
O problema mais comum é ver um retângulo virar trapézio ou triângulo nas viradas de carreira. A solução é matemática:
- Conte os pontos ao final de cada carreira.
- Se começou com 20, termine com 20, a menos que a receita peça aumento ou diminuição.
- Use marcadores (vale clipe de papel) no primeiro e no último ponto para localizar exatamente onde inserir a agulha.
Outro detalhe: a correntinha de subida costuma valer um ponto no ponto alto, mas não no ponto baixo. Defina essa regra desde o início e siga até o final para manter as laterais retas.
Pontos que sustentam qualquer projeto
- Correntinha (corr) – base de todo trabalho e ideal para formar espaços vazados.
- Ponto baixo (pb) – garante estrutura firme; indispensável em amigurumis, cestos e tapetes.
- Ponto alto (pa) – dá altura rapidamente, deixando mantas, cachecóis e roupas maleáveis.
- Ponto baixíssimo (pbx) – une carreiras circulares, faz costuras e permite “caminhar” pelo tecido sem criar volume.
- Meio ponto alto (mpa) – textura densa intermediária, ótima para golas e toucas.
Anote, guarde e consulte
Vídeos ajudam, mas ter a receita escrita acelera a conferência. Crie um glossário pessoal com abreviações universais:
- pb = ponto baixo
- pa = ponto alto
- aum = aumento
- dim = diminuição
- corr = correntinha
Durante o vídeo, pause a cada carreira e registre algo como “Carr 1: 6 pb no anel mágico. Carr 2: 6 aum (total 12)”. Esse exercício treina o olhar para padrões e, com o tempo, facilita criar modelos próprios sem depender de tutoriais longos.
O que já dá para produzir
Com esses pontos dominados, é possível sair da teoria e confeccionar:
- Cachecóis macios
- Descansos de panela resistentes
- Faixas de cabelo ajustáveis
- Squares que se transformam em mantas ou blusas
A prática constante uniformiza a tensão do fio, garantindo acabamento profissional.
Visite a galeria de gráficos anexada e comece hoje mesmo a tecer suas primeiras peças em tons naturais e texturas simples.
Imagem: Davy anuel

