Estreia meteórica no streaming
Logo após chegar ao catálogo, “Frankenstein” saltou para o primeiro lugar do Top 10 brasileiro da Netflix. O posto foi conquistado em poucos dias, impulsionado pelo olhar criterioso de Guillermo del Toro na direção e, principalmente, pela metamorfose radical de Jacob Elordi, agora reconhecido como a face — e o corpo — da trágica Criatura.
O ritual de transformação que beirou 12 horas
A plataforma de streaming revelou que Elordi permaneceu entre 10 e 11 horas completamente imóvel em uma cadeira de maquiagem. Nesse intervalo, quatro especialistas em efeitos, figurino e cabelo fixaram 42 peças protéticas em seu corpo.
- 14 elementos cobriram apenas cabeça e pescoço;
- as demais 28 foram distribuídas do tronco às extremidades;
- a aplicação foi concluída camada por camada, sem interrupções longas.
Cada pedaço de borracha reproduzia cortes, suturas e deformidades exigidas pelo conceito visual pensado por del Toro – um painel entre a brutalidade dos clássicos de horror e a sensibilidade que norteia a filmografia do cineasta.
Corpo costurado peça por peça
Durante a “cirurgia” diária, Elordi mal contraía os músculos faciais. Um vídeo de bastidores publicado pela Netflix mostra o ator lendo o roteiro, falando ao telefone e movimentando apenas os olhos, sempre dentro do limite permitido pelas camadas coladas à pele.
Tempo para mergulhar no personagem
Em participação no “The Tonight Show Starring Jimmy Fallon”, o ator descreveu o processo como ideal para “deixar tudo para trás” e assumir uma identidade totalmente diferente:
- as horas no estúdio funcionaram como preparação psicológica;
- ao fim da maquiagem, não havia traços visíveis de Jacob além da ponta do nariz, do lábio superior e do queixo.
Movimentos inspirados na dormência do próprio corpo
Para definir a fisicalidade da Criatura, Elordi pensou na sensação de tentar acordar um membro adormecido após ficar muito tempo sentado. Ele replicou a “desconexão” entre cérebro e musculatura para sugerir que cada parte do corpo pertencia a outra pessoa, alinhando-se à narrativa de partes humanas costuradas.
Próteses que evitam o clichê zumbi
Responsável pela aplicação dos materiais, Mike Hill explicou à revista Variety que o objetivo era distanciar o personagem de qualquer estética zumbi tradicional. A solução encontrou um meio-termo entre o grotesco e o palpável:
- próteses de borracha com textura orgânica;
- uma sobrancelha inteiramente esculpida;
- cicatrizes distribuídas de forma assimétrica para reforçar o caráter remendado.
A antiga ambição de Guillermo del Toro
Del Toro já havia declarado que “mataria” para filmar uma versão fiel da tragédia miltoniana idealizada por Mary Shelley. Com Elordi, o diretor encontrou o equilíbrio de fragilidade e terror que buscava para a Criatura — agora vista pela crítica como uma das interpretações mais impactantes da carreira do ator.
Elenco estelar amplia a expectativa
Além de Elordi, o longa reúne nomes como Oscar Isaac, Mia Goth e Christoph Waltz. A química do grupo, aliada ao rigor técnico da caracterização, vem gerando burburinho sobre possíveis indicações a grandes prêmios, inclusive o Oscar.
Recepção calorosa e possível temporada de premiações
A repercussão positiva mistura elogios à transformação física, à fotografia sombria e à leitura emocional do romance de Shelley. Comentários de críticos destacam que a Criatura de Elordi emociona e assusta na mesma medida, consolidando o filme como um dos lançamentos mais comentados do ano.
Imagem: Luiz Eugênio de Castro

